Cap. 3 - Vivendo e Aprendendo



Capítulo 3 - Cuidando de bêbado



Ah, finalmente sábado. O dia de hoje passou rápido e fiquei quase o dia todo falando com a Taliah e com a Abby. A Abby falou que não se importaria de o Maison ficar na casa dela também (safada), mas eu lhe avisei que quando o conhecesse ia entender que é melhor que ele fique numHOTEL. Sexta feira vai ser o aniversário dele e a mãe dele (louca) deixou ele fazer na casa deles, mas falou que nada podia ser quebrado e que ele não podia beber, eu sei ela não é muito esperta, já que com certeza no dia seguinte é provável que só restem as paredes de pé e ele acorde de ressaca no jardim sem nem se lembrar de nada.

No final de semana seguinte à festa dele vai ser o baile de formatura, é pouco provável que eu vá, uma desvantagem de ser invisível, (kk que bosta seu trocadilho Maddie) eu sei.
Quando eu acordei no domingo já era quase duas da tarde e tinha um bilhete da Whitney na porta da geladeira dizendo que ela e meu pai foram pro estúdio. E foi muito ruim imaginar o que fariam lá, e já que Maison saiu na noite passada e ainda não voltou, a casa está só pra mim. E está imunda. Bom, vou ter que limpar, mas antes... música.

Volume no máximo e vassoura nas mãos. Pois é, nós não temos empregada, meu pai é mão de vaca demais pra pagar uma, então quando a casa fica numa situação crítica eu sou obrigada a limpar. Botei um top roxo, um shortinho laranja e fiz um coque com o cabelo. Claro que eu comecei pelo meu quarto, que era de longe o cômodo mais limpo da casa, mas ainda assim estava um horror. Eu até achei uma caixa de pizza da semana passada debaixo da minha cama, já que eu não queria dividir com ninguém. Na caixa só tinha restado algumas bordas de massa, e foi a pior coisa que eu achei ali, o resto era roupa suja jogada.

Depois lavei o meu banheiro e o do corredor, e já está bom demais né?! Eu nem louca entraria no quarto do meu pai, não gostaria de ver os brinquedinhos sexuais que ele e a Whitney usam, mas o do Maison, mesmo que não fosse limpar, eu poderia dar uma espiada. Cheguei de mansinho, mesmo estando sozinha em casa.

E... Nossa! Nem é tão bagunçado. Heim? Como assim o quarto do Maison está mais organizado do que o meu estava antes? Esse garoto é esquisito.

Desci e organizei a cozinha, na sala demorou mais. Quando eu estava passando pano no chão e usando o cabo do rodo de microfone ao mesmo tempo, a porta abriu e Maison entrou. Sem querer fiquei vermelha, por ele ter me visto pagando de vocalista da 5 Seconds of Summer.

– Hm... oi. – falei ainda vermelha.

– Own, que bonitinha, ficou vermelhinha. – falou rindo.

– Calado, Miller. – senti que agora estava realmente vermelha, mas de raiva.

– Até que você não canta mal, Carter. – fechou a porta e se aproximou cambaleando, ficando a uns 30 centímetros de mim e eu pude sentir o cheiro de álcool.

– Vai dormir Maison, você tá bêbado. – falei e continuei a passar o pano. Terminei e ele continuava lá, agora olhando pra escada. Assim que guardei o rodo e o pano ele falou:

– Acho que não vou conseguir subir não. – então sorriu pra mim – Me ajuda?

– Ah, mas é uma anta mesmo. – falo apoiando seu braço direito sobre meu pescoço e o ajudando a subir – Como você sai sábado a noite e volta domingo às 5 horas da tarde ainda bêbado? Você deveria já ter dormido em algum lugar e estar de ressaca.

– É que eu acordei de ressaca na casa da Phoebe hoje de manhã. Mas aí ela disse que eu disse que ia largar a Candece pra ficar com ela, mas aí quando eu falei que não ia rolar ela começou a gritar e me expulsou da casa dela. E como minha cabeça tava latejando resolvi beber mais pra passar. – revirei os olhos depois da explicação dele e lhe botei debaixo do chuveiro gelado, com roupa e tudo (claro que eu tirei sua carteira e celular do bolso antes, não sou maligna ao ponto de deixa-lo sem celular e documentos). Ele todo o tempo ficou reclamando sobre a temperatura da água, e eu o ignorei e peguei uma camiseta qualquer e uma de suas boxers.

– Maison! – me virei de costas ao entrar no banheiro e ele estar tirando a cueca, única peça que ainda estava em seu corpo.

– O que? Banho se toma pelado né? – perguntou como se tivesse 5 anos e eu ri.

– É. Agora sai daí, se seca e veste isso.  – falei ainda de costas apontando pras roupas. Eu sei que poderia me aproveitar desse momento pra ficar observando seu corpo esculpido, mas sei lá, devo ser certinha demais pra isso. Saí do banheiro e me sentei na cama dele esperando ele sair pra ter certeza que não faria qualquer idiotice. Até que o ouvi vomitando, entrei no banheiro e o vi, já vestido, com a cabeça quase enterrada no vaso. Ótimo, se já não me bastasse cuidar do bebezão ainda teria que aguentá-lo vomitando.

Depois de 3 séries de vômito seguidas, ele parou, entreguei-lhe uma escova de dentes com creme dental e depois dele ter escovado enfiei-lhe goela abaixo um comprimido pra vômito e um pra dor de cabeça que com certeza viria. Depois de despeja-lo em sua cama, e quase ser arrastada junto, me senti exausta. Mas agora eu estava com fome.

Joguei uma regata por cima do top e peguei as chaves do carro do Maison, que estava largada no sofá desde que ele chegou (pois é, o idiota dirigiu embriagado). Ele não ia se importar né?! No mercado comprei comida congelada, caixas de suco, bolachas recheadas e outros doces; paguei tudo com o cartão de mercado do meu pai. Pelo menos a comida ele pagava!

Chegando em casa botei uma das lasanhas no forno e guardei o resto das coisas. Depois de comer subi e fui direto pra cama. Sonhei com a minha viagem, ah, seria tão bom. Passar ao menos um tempo num lugar onde ninguém me conhece, nem ao trabalho do meu pai. Sabe, não é bom ser vista como a filha do "rei dos pornôs" .

...

Segunda de manhã eu vesti a primeira peça que vi no meu guarda roupa, que era uma calça caqui e uma blusinha branca de botão. Como eu imaginei, meu pai e a namorada não tinham voltado pra casa na noite anterior e Maison ainda dormia. Dei de ombros e desci, estava uns 20 minutos adiantada então resolvi comer. Peguei a massa pronta de panquecas e preparei algumas. Comi e deixei 3 pro bebezão que ainda dormia. Saí e fui andando, já que a escola não é tão longe. Teria duas provas esta manhã, saí pro intervalo já de saco cheio.

Tive a prova de Inglês e depois do intervalo seria a de Biologia, então eu já poderia ir pra casa. Enquanto dobrava a esquina do corredor, que seguia pro pátio e pra lanchonete, fui meio que jogada pra traz e caí de bunda no chão. No meu trajeto até o chão soltei um gritinho muito agudo, tanto que quase não me reconheci.

– Ih, calma Maddie. Foi mal.

– Foi péssimo, seu ogro! – falei encarando Maison com ódio no olhar – Me ajuda a levantar! – exclamei já que ele me encarava, enquanto eu estava no chão.

– Ah. – disse e me estendeu a mão – Espera! – disse derrepente e me soltou de novo e eu novamente caí, xingando-o – Você não me chamou hoje de manhã! Eu perdi a prova de Geografia!

– Ah, não é minha culpa se você encheu a cara o fim de semana todo e não conseguiu acordar. A minha cota de bondade ao próximo da semana já foi atingida ontem, quando você chegou tão mal que nem conseguia subir as escadas. Nem sei como conseguiu chegar em casa. – falei me levantando, ficando de pé e o encarando.

– Ah, então foi você que me deu banho?

– Arg, essa é a única coisa de que se lembra? E pra você saber, eu só te botei debaixo do chuveiro, com roupa.

– Hm, sei. Mas valeu, por ontem.

– O que aconteceu ontem que eu não estou sabendo? – Candece surgiu com cara de poucos amigos.

– Nada, meu amor. – Maison respondeu e eu revirei os olhos.

– Então por que você está agradecendo essa garota? – apontou pra mim sorrindo sínica, e eu fechei a cara.

– Essa garota tem nome querida, e não tenho culpa se você não sabe da vida do seu namorado. – sorri sínica também e saí andando. Eu não tenho que aturar aquela garota, não mesmo.

Comprei uma lata de refrigerante, sentei debaixo de uma das árvores mais afastadas, botei os fones e fiquei escutando minha variada lista de músicas, a qual, ia de Paramore a Ed Sheeran, dentre muitos outros estilos.

Acho que dormi, pois quando dei por mim a inspetora baixinha e achatada estava me cutucando e me estendendo um papel de detenção. Droga!

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