Cap. 4 - Vivendo e Aprendendo

Capítulo 4 - Um idiota, de novo...




Ao final, eu me atrasei 20 minutos pra prova de Biologia, mas por sorte o Sr. Martinez me deixou entrar e fazer a prova no tempo restante. Estava super fácil e eu consegui terminar ates de o tempo acabar.

Na detenção entavam eu e mais 7 alunos, dentre eles Maison e Candece que foram pegos no banheiro feminino "fazendo as pazes", se é que me entendem. Havia também três garotos que estavam na quadra fumando baseado e duas meninas que brigaram na aula de artes por discordância artística, e eu penso WtF?

A professora encarregada de vigiar a detenção já estava no 3º sono. Peraí, não acredito, ela tá babando. Que nojo! Ah não, outra coisa nojenta, só que essa anda e está vindo pra cá.

 – Hey, fofa.

– Eu não sou fofa, Candece. Isso é fato. – respondi revirando os olhos.

– Maddie, né?!

– Pra você é Maddison. 

– Ok, Maddison. Só fica longe do meu namorado, se não você vai se arrepender.

– Pra você saber o seu namoradinho mora na minha casa. Então é ele quem tem que se afastar. – dei ênfase no minha.

– Como? – fez cara de cachorro raivoso e virou a cabeça na direção dele, que estava do outro lado da sala falando com um dos caras do baseado (é, ela parecia a garotinha do exorcista).

– É isso mesmo. E ontem eu só botei ele na cama, já que a Phoebe não deixou ele dormir na dela. Ele fala demais quando bebe. – sussurrei a última frase (gargalhando por dentro) e saí, vendo que já tinha dado o horário. Enquanto me dirigia até a saída, ele se virou pra mim e eu lhe dei meu melhor sorriso maléfico e uma piscadinha. 

Enquanto saía decidi que pegaria o ônibus, já que não estava muito afim de andar. Chegando no ponto, vejo meu ônibus saindo e que terei que esperar o próximo, ou seja 20 minutos a mais. Estou de saco cheio, mas vou esperar. Ah, em plena semana de provas, única em que eu posso sair cedo, eu pego detenção? Saco.

Quando eu já estava esperando há uns 15 minutos o BMW novo de Maison parou à minha frente.

– Até que enfim eu te achei! Já fui até em casa te procurando.

– Own, que fofo. Preocupado comigo?

– Claro que não! Vim tirar satisfações. O que você falou pra Candece que agora ela quer me matar?

– Ah, é isso. Eu só falei que ontem eu te ajudei a ir pra cama, já que a Phoebe não quis que você dormisse na dela.

– O que? – gritou – Como você sabe da Phoebe?

– Ah sá comé, né?! Você fala muito quando tá bêbado. – dei de ombros.

– Vadia. Você me ferrou com a Candece.

– Ai maninho, assim você me magoa. - coloco a mão no peito de forma afetada.

– Que bosta, Maddison! - vocifera.

– Calma Maison. Vai dizer que foi a primeira vez que ela descobriu sobre um novo chifre? Ou que vai ser a última? – falei, agora mais séria. Avistei, ao longe, meu ônibus e fiz sinal para que ele parasse.

– O que está fazendo?

– Sinalizando pro ônibus parar, afinal eu estou no ponto. – o ônibus parou e eu me dirigi até porta, enquanto pegava o dinheiro na bolsa.

– Você pensa que vai me deixar aqui falando sozinho?

– Sim, não tenho mais nada a falar com você.

– Mas eu tenho. – falou entrando na minha frente.

– Em casa a gente conversa. Licença. – tentei desviar, mas ele ficou fazendo aquela dancinha de esquerda e direita. Então o motorista xingou e se foi.

– Maison!

– Maison! – fez uma voz afetada tentando imitar a minha.

– Estou aqui há quase meia hora, babaca! – quando eu falo ele sorri.

– Ok. A gente conversa no carro. Entra. – fala enquanto da a volta até o lado do motorista.

– Não, valeu. – Aquele idiota vai me fazer andar. Perdi mais de 20 minutos da minha vida pra no final gastar minhas pernas (não que esse tempo vá me fazer falta). Saio andando na direção de casa e ele vai me acompanhando ao meu lado com o carro.

– Qual é? Você me fez perder o ônibus e até 2 minutos atrás estava todo irritadinho comigo pelo que eu falei pra Candece.

– Eu sei, eu ainda estou com raiva de você, mas não precisa ir andando pra casa se fui eu quem te fez perder o ônibus e eu tenho carro.

– Ainda assim, não. – continuei andando despreocupadamente.

– Como você é mimada! Entra logo no carro!

– Maison, eu vou andar uns 15 minutos. Vai logo porque eu não vou entrar nessa porcaria de carro.

– Chamou o meu bebê de porcaria? – falou parando. Saiu e veio em minha direção, e eu me encolhi um pouco perante sua expressão, parecia mesmo que ele ia me bater. Mas ele simplesmente arrancou a mochila da minha mão, se abaixou a minha frente e me jogou por cima do ombro. Primeiramente eu me assustei, mas depois comecei a gritar e lhe estapear as costas.

– Ai! – ele exclamou quando me botou no banco do passageiro.

– Seu idiota! – falo quando ele entra no carro.

– Ah, você estava me deixando ainda mais irritado. Além de que foi um ótimo pretexto pra eu pegar nas suas pernas. – falou sorrindo maliciosamente e eu instantaneamente lhe dei um soco no ombro, o mais forte que consegui. Claro que quase não o afetou, mas pelo menos fiquei satisfeita.

– Ou! – falou simplesmente e continuou olhando pra frente. Chegamos alguns minutos depois e, assim que ele parou, eu pulei do carro batendo a porta com força.

– Hey! Mais cuidado com o meu bebê. – disse assim que passou pela porta da sala e eu estava na cozinha bebendo água.

– Saiba que você é um idiota. – falei subindo as escadas e me trancando no quarto.

O dia seguinte foi como sempre fora, chato. A única coisa diferente que aconteceu foi no intervalo de almoço quando Maison subiu numa mesa e gritou que teria festa na casa dele sexta a noite, por um momento todos ficaram agitados, mas logo tudo voltou ao normal. O resto da semana passou sem mais nada interessante.

Hoje é sexta-feira e neste momento estou, contrariadamente, me arrumando pra festa do Maison, meu pai e a Whitney disseram que eu tinha que ir.

Argh, como meu pai estava mudado, antigamente sempre que ele "namorava" alguém era como se ainda estivesse solteiro, já que ao menos uma vez na semana eu via ele saindo com outra, ele nunca tinha deixado suas namoradas se meterem na minha vida ou sequer as apresentava pra mim. Ou ele está gostando muito da Whitney ou ele bateu a cabeça muito forte, mas que isso é estranho é.

Enfim, quando eu estava confortavelmente acomodada no sofá assistindo um seriado qualquer, eles me disseram que seria indelicado da minha parte não aparecer na festa de aniversário do meu maninho, é eles realmente se referiram ao Maison dessa forma, conclusão: eu vou ter que ir.

Coloquei um vestido vermelho de renda, já que de última hora foi a única peça meio apropriada que eu encontrei no meu guarda-roupa, um scarpin preto de salto fino com o solado também vermelho e passei um rímel. Eu até que estava bonita, o vestido tinha um decote um pouco fundo nas costas (nada exagerado) e a renda vermelha o cobria, com a altura extra do sapato  fiquei quase mais alta que meu pai (não que ele fosse muito alto, acho que só chagava a 1,75). Ele nem se incomodou com o comprimento do vestido (não que fosse muito curto), o que me trouxe alívio comprovando que ele não tinha mudado tanto assim.

– Você está muito sexy, Maddison. – meu pai falou sorrindo e eu revirei os olhos, parecia até que ele estava orgulhoso por eu estar indo a uma festa, o que eu raramente fazia.

– Peter! – Whitney exclamou repreendendo-o e eu revirei os olhos novamente, parecia até que ela não o conhecia. – Eu acho que, mesmo um pouco ousada, você está linda Maddie. - elogiou.

– Valeu. – falo simplesmente – Cadê o Maison? Ou eu vou ter que ir andando?

– Claro que não, querida. Ele já está descendo, parece até mulher pra se arrumar. – é, isso é fato, pensei. Minutos depois Maison desceu as escadas e quando me viu pareceu surpreso.

– Você vai? – perguntou me fitando.

– Não por vontade própria, isso te garanto. – digo enquanto cominho até a porta.

– Ok, falou. – disse ao casal que agora estava se agarrando na cozinha (o que é bem nojento) e bateu a porta, me seguindo até seu carro.

– Cara, você tá muito gata, Maddie. – ele falou parando atrás de mim, que estava esperando ele destravar o carro.

– Cara? – digo e me viro pra ele – Sabe, cara e gata são palavras que não combinam muito quando você se refere a uma mesma pessoa. – falo afastando seu corpo (que estava bem perto, por sinal) do meu.

– Tanto faz. – falou destravando o carro e seguindo até a porta do motorista.

No carro ficamos em silêncio, até que ele parou em frente a uma casa, que não era a dele, e businou levemente duas vezes. Até que avistei uma Candece, exageradamente maquiada e num vestido dourado exageradamente curto (bem mais que o meu) , caminhando na nossa direção e acho que por estar de noite e o carro ter aquele insulfilm escuro ela não me viu e foi logo abrindo a porta do passageiro. E quando ela me viu, primeiramente, arregalou os olhos e depois me lançou um olhar feroz.

– O que você faz aí?

– Peguei uma carona com meu maninho. E você? – dei de ombros e então indaguei com uma simpatia tão falsa quanto os peitos dela.

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