Capítulo 7 - Filho de uma... chocadeira
Meu pai me deixou a um quarteirão do colégio e foi embora tão rápido que até pareceu que estava fugindo. Caminho tranquilamente até a entrada do ginásio até que, bem próximo de mim, avisto Natalie e Rebecca, as clones da Candece, gritando com uma garota que parecia ter uns 15 anos, provavelmente um aluna do primeiro ano que achou que poderia entrar de penetra. Coitada. Fiquei observando sob a sombra da grande árvore que há na calçada. Até que Nat despejou, com muita força, um tapa no rosto da garota, e ela sem querer deixar por menos tentou agredi-la. Mas foi rapidamente repelida, por um empurrão de Becca, e lançada ao chão. Assim que vi isso, corri até elas.
– O que estão fazendo? Ficaram malucas? – grito, tentando correr com aquele vestido e saltos.
– Não se intrometa. – Becca fala ríspida.
– Como não me intrometer se vocês estão agredindo a garota? – digo também ríspida – Querem que eu chame a coordenadora? Ou quem sabe o diretor?
– Sai fora, Maddison. Só estamos fazendo um favor pra Candece. – Nat diz.
– O que? O que ela tem a ver?
– Essazinha aqui, que está tentando tirar o Maison da Candie. – Becca, pelo visto a mais sem cérebro, responde num tom de desprezo.
– O que? Vocês estão aqui brigando com a garota por causa do trouxa do Maison e da estúpida da Candece? – falei furiosa.
– Você! – falei apontando a morena que agora já estava de pé – Vem comigo. E vocês – apontei as duas bonecas de plástico – Fiquem longe, se não quiserem se machucar. – falo furiosa e sigo para o baile, com a garota em meu encalço.
Peço que a garota espere sentada numa das mesas e vou a procura de Candece. Até que vejo Maison no meio da multidão de adolescentes, alguns já até bêbados.
– Maison! – grito por cima da música alta. E ele virou o rosto na minha direção.
– Hey, Carter – fiquei mais furiosa ainda ao ser chamada pelo meu sobrenome. Puxo-o pela gravata até o banheiro feminino, que por sorte está vazio.
– Wow, apressadinha. – riu e se curvou sobre mim.
– Seu idiota. – lhe empurro de volta – Cadê a sua namorada vadia?
– Ah, o que você quer com a Candece? Você me ferrou muito da última vez que falou com ela.
– Ah! Me desculpe, não era minha intenção. – ironizei. – Cadê ela, Maison? Hu, se bem que a culpa também é sua. – lhe dei um tapa no peito, mesmo sabendo que não ia doer nada. – Sabe quantos anos aquela garota tem? Você já é maior, Maison. Ela deve ter no máximo 15. Você não deveria iludir essas garotinhas e muito menos deixar sua namorada ir tirar satisfações com elas. – despejei minha raiva em cada palavra.
– Do que você tá falando, Maddison? – fez uma cara confusa.
– De você e da Stephanie. – lembrei do nome da menina – Você deveria controlar mais sua namorada. As cópias dela estavam batendo na garota. – falo.
– Ahn? Stephanie? Minha prima Stephanie?
– Sua prima? Ah, que nojo. Você não pode ficar com a sua prima!
– Quê? Ficou doida? Claro que eu não fico ou fiquei com ela. Rebecca e Natalie bateram nela? Onde ela está? – fez uma cara preocupada.
– Está sentada, perto da entrada. – fiz uma cara confusa e ele saiu pela porta, dando de cara com Candece, que logo que nos viu lançou-nos um olhar fulminante.
– O que vocês... – começou, mas...
– Você mandou Nat e Becca atrás da minha prima? – ela foi cortada por um Maison furioso.
– Do que você está falando? – ela disse, agora, furiosamente – Daquela menina com quem você passou a semana? Vadia. – murmurou a última parte e eu me perguntei mentalmente se ela tem um espelho em casa.
– É, aquela que apanhou das suas clonezinhas. – falei e Maison saiu em direção às mesas da entrada. Eu e a vadia fomos atrás dele, assim que avistamos Steph, Maison correu até ela, e agiu tão preocupadamente que parecia um irmão mais velho, até que foi fofo. A menina derramou algumas lágrimas e ele e Candece começaram a discutir.
Melhor me afastar. Saí de perto deles e fui curtir ao menos um pouquinho do meu baile, que já começou tumultuado.
Observei um pouco, a maioria das garotas estava com vestidos longos no mesmo estilo do meu, algumas até num estilo mais princesa (Nota Mental: Agradecer a Taliah por ajudar com o vestido), os garotos estavam quase todos iguais, o que os diferenciava é a cor e o tipo das gravatas, pois quase todos estão de camisa branca, e smoking preto.
Um tempo depois, bebi uns goles do ponche batizado e quando comecei a ficar alegre (eu sou muito fraca com bebida) fui pra pista de dança. Dancei um pouco, tirei alguns caras de cima de mim e acho que só, pois estou agora acordando em minha cama, e de ressaca. Wow, acho que aquele ponche estava batizado com algo mais que vodka. Uh, reparando agora... estou sem meu vestido. Merda! Pelo menos estou no meu quarto, é difícil que eu tenha feito algo. Ufa!
– Sabe, você fica engraçada quando está bêbada. – Maison disse surgindo de repente no quarto, rindo.
– Sai fora, Maison. – digo, cobrindo os olhos com as mãos, já que o idiota abriu as cortinas.
– Hey, é assim que você trata o seu salvador? – sorri e senta ao meu lado na cama.
– O que aconteceu ontem?
– Acho que te doparam, Maddiezinha. – riu alto.
– Vai tomar n... – dizia sem pensar, até que fui cortada.
– Hey! Calma. – continuava rindo – Não sabia que a senhorita Certinha falava palavrão.
– Ainda falo. E vê se cala a boca, minha cabeça está estourando. – resmunguei ainda cobrindo os olhos do sol. – Eu vou matar o filho d..de chocadeira que botou qualquer coisa estúpida naquele ponche.
– Ok. – ele continuava rindo, então lhe taquei um travesseiro. – Hey! Não vou mais te dar as aspirinas. – sorriu convencido e eu lhe encarei suplicante. – Own, sua cara de cachorrinho é muito fofa. – falou tombando a cabeça de lado, e me zoando – Toma aí. – me lançou a cartela de comprimidos e apontou um copo d'água na minha mesa de cabeceira.
– Valeu. – agradeci baixinho, depois de engolir logo dois comprimidos. Coloquei o copo de volta na mesa e notei que ele não fez nenhuma piadinha sobre eu ter agradecido. Estranho. Me viro pra ele e este está vidrado em algo logo abaixo do meu rosto, e mordendo o lábio! Então dou um pulo, me enfiando debaixo das cobertas. Eu realmente me esqueci que estava só de trajes íntimos por baixo do cobertor, e quando eu fui pegar o copo e o mesmo caiu de cima de mim, toda a parte superior do meu corpo ficou exposta. Ok, isso foi vergonhoso.
– Idiota! Sai daqui, Maison! – gritei sentindo minhas bochechas esquentarem, e não era por com a cabeça enfiada debaixo do cobertor.
– Maddie, foi mal. – senti no seu tom de voz que ele estava se divertindo. Novamente se divertindo as minhas custas. Arg!
– Foi péssimo. – comecei a ficar com raiva – Foi você quem tirou o meu vestido ontem?
– Acha que se eu tivesse visto ontem estaria olhando hoje de novo? Não é grande coisa, Maddison. – disse. Ok, agora eu fiquei ofendida.
– Sai daqui! Agora! – me concentrei em não deixar minha voz embargada, pelas lágrimas inconvenientes que insistiam em cair.
Eu não me importo! Ele é um estúpido, idiota, filho de chocadeira! Esse foi meu mantra nas horas seguintes. E o pior é que eu realmente nunca me importei, mas ele foi legal comigo e depois um tremendo babaca. E eu meio que pensei que ele era confiável, e quando você confia em alguém, leva o que essa pessoa diz a sério. Parece que eu também fui idiota, mas esse erro eu não cometo mais.
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